Educação: o caminho para a liberdade

trabalho infantil

O segredo da liberdade se estabelece em educar as pessoas, enquanto que o segredo da tirania está em mantê-las ignorantes.

Maximilien Robespierre

 Ao me deparar com a frase acima em um post de uma amiga, pensei que ela poderia resumir o meu pensamento em relação à questão da Educação e Trabalho Infantil.

Todos estamos cansados de saber e esse tema sempre surge na época das eleições dizendo que a Educação é que levará a um país melhor. Se sabemos que essa é uma verdade por que não damos a atenção necessária a ela? Por que os discursos são bonitos, mas a prática é um pesadelo?

Sabemos que lugar de criança é na escola, porém não é a escola como estamos percebendo: um depósito de crianças onde os pais as deixam para poderem trabalhar, sem o mínimo de qualidade, com a falta de preparo de professores, com um modelo antigo de aprendizado, com estruturas físicas sem a menor condição de utilização.

Crianças precisam ser estimuladas, os professores precisam despertar a paixão pelo aprendizado. Mas como despertar essa paixão se muitos deles não a têm? E por vários motivos: a falta de vocação, a falta de preparo, a falta de condições para lecionar, baixos salários ou até a falta de opções (essa, porém me desperta dúvida).

Com a falta de motivação das crianças para o estudo e o baixo aprendizado aliados à necessidade de sobrevivência (acredito que esse é o mais forte ou talvez o único motivo), muitos pais decidem então mandar seus filhos para a labuta.

Dessa forma, vemos crianças que não tiveram a opção de decidir, foram guiadas pelos pais que direcionaram seu futuro. Crianças trabalhadoras que se tornarão adultos trabalhadores com poucas opções de escolha profissional, com poucas possibilidades de desenvolvimento e que possivelmente viverão sempre à margem da pobreza.

Crianças que vão perder a fase das descobertas dos números, das palavras, dos lugares, das histórias.

Crianças que não conseguirão descobrir o que é ser criança.

Minha filha de 8 anos estudou sobre o trabalho infantil e chegou cantando a música da Palavra Cantada que diz: “Criança não trabalha, criança dá trabalho…” Meu marido logo disse: “Não… criança não dá trabalho, dá preocupação…”

E é verdade, ter uma criança em casa é uma benção, mas sempre nos “pré-ocupamos” com o que pode acontecer, com seu futuro, com sua educação, com sua saúde.

Se acharmos que criança dá trabalho, talvez possamos aceitar que o trabalho infantil está correto, afinal a palavra “trabalho” vem do latim “tripalium” que era um instrumento de tortura e que originou o verbo “tripaliare”, enfim “torturar”.

Por isso, acredito que toda nossa Educação deve ser reformulada. Temos um modelo que não se encaixa na forma como nossas crianças aprendem. Hoje, elas estão mais curiosas, mais questionadoras, mais criativas.

Gosto muito de encontrar a origem das palavras, pois nela entendemos o real sentido de cada uma. Por exemplo, a palavra “educar” vem do latim “educare” que significa “conduzir para fora” ou podemos dizer “preparar o indivíduo para o mundo”. Por isso, a Educação nos leva à liberdade, a possibilidade de descobertas e desafios, a um maior número de opções para que possamos escolher melhor.

Sem a Educação, o mundo fica restrito e aí se tornar uma verdadeira tortura para o indivíduo, refém das situações que a vida proporciona.

Como eu vivo em um mundo de empreendedores e rodeada por alguns que tiveram pouca ou quase nenhuma educação formal e construíram empresas de sucesso, começando muito cedo a trabalhar, talvez algumas pessoas vejam uma certa contradição ao me ver defendendo a Educação.

Defendo sim, pois todos esses empreendedores também defendem a questão, afinal esses casos são exceções e não podemos tê-los como base. Eles afirmam que uma boa Educação poderia formar empreendedores mais preparados que contribuiriam para o desenvolvimento do nosso país.

Vamos fazer nossa parte para contribuir com uma melhor Educação para ser uma arma contra o Trabalho Infantil.

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3 comentários sobre “Educação: o caminho para a liberdade

  1. É preciso que toda a sociedade se mobilize em torno da valorização da escola e dos professores. Basta olhar para qualquer uma das nossas mazelas sociais e veremos que boa parte delas tem a educação de qualidade como solução.

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